Velhos erros da mídia brasileira
Diante de episódios marcados pela gravidade da ação humana, a mídia brasileira tem se mostrado incapaz de mediar um debate e gerar informações satisfatórias à nação.
De modo geral, o caso do garoto João Hélio Fernandes foi abordado de duas maneiras pela mídia brasileira. De um lado, a superficialidade das matérias que apontam os culpados como representantes da evolução da barbárie humana. Do outro lado, uma abordagem teórica exaustiva que restringe o debate aos círculos acadêmicos e aponta a "desigualdade social" como principal culpada.
O jornalista precisa ter uma postura equilibrada diante de assuntos que envolvem comoção nacional, não apenas abraçar um lado.
O exemplo da jornalista e apresentadora Fátima Bernardes é simbólico. Durante a entrevista com os pais do garoto João Hélio, nota-se a opção pela condução emotiva da matéria.
Importante lembrar que a matéria dirigida pela âncora do Jornal Nacional (JN) foi veiculada no Fantástico, programa de maior apelo popular. A escolha pela apresentadora para a condução da matéria não foi aleatória. Fátima Bernardes é a personificação do modelo de mãe contemporânea que trabalha, está ao mesmo nível do marido e cuida dos filhos. Nada mais apelativo e tendencioso ao telespectador do que assistir duas mães lamentarem o episodio da morte de João Helio.
Ao aproximar Fátima Bernardes de Rose Fernandes, mãe do garoto, a Rede Globo abandonou o princípio jornalístico da "isenção na abordagem" e optou por ouvir apenas um lado.
Apresentar uma análise equilibrada pouco tempo depois do acontecimento não é tarefa fácil. No entanto, é função do jornalista evitar abordagens superficiais.
A atitude da Rede Globo foi seguida pela maioria dos grandes veículos de comunicação. A revista Veja mostrou uma capa cujo subtítulo questiona: "Não vamos fazer nada?". A pergunta da revista é direcionada para o público da classe média que a cada dia mais se esconde da violência urbana e alimenta a indústria da segurança. Trata-se, portanto de uma indagação retórica cuja resposta pretende alimentar a rebeldia daqueles que pensam ser a próxima vítima.
A resposta à cobertura parcial da mídia no episódio foi vista na última semana. Debates sobre a redução da idade penal alimentam editoriais e discursos no plenário em Brasília. Mais uma vez a mídia brasileira preferiu apresentar culpados e soluções teóricas, deixando de lado um interesse maior em benefício à nação.
Diante de episódios marcados pela gravidade da ação humana, a mídia brasileira tem se mostrado incapaz de mediar um debate e gerar informações satisfatórias à nação.
De modo geral, o caso do garoto João Hélio Fernandes foi abordado de duas maneiras pela mídia brasileira. De um lado, a superficialidade das matérias que apontam os culpados como representantes da evolução da barbárie humana. Do outro lado, uma abordagem teórica exaustiva que restringe o debate aos círculos acadêmicos e aponta a "desigualdade social" como principal culpada.
O jornalista precisa ter uma postura equilibrada diante de assuntos que envolvem comoção nacional, não apenas abraçar um lado.
O exemplo da jornalista e apresentadora Fátima Bernardes é simbólico. Durante a entrevista com os pais do garoto João Hélio, nota-se a opção pela condução emotiva da matéria.
Importante lembrar que a matéria dirigida pela âncora do Jornal Nacional (JN) foi veiculada no Fantástico, programa de maior apelo popular. A escolha pela apresentadora para a condução da matéria não foi aleatória. Fátima Bernardes é a personificação do modelo de mãe contemporânea que trabalha, está ao mesmo nível do marido e cuida dos filhos. Nada mais apelativo e tendencioso ao telespectador do que assistir duas mães lamentarem o episodio da morte de João Helio.
Ao aproximar Fátima Bernardes de Rose Fernandes, mãe do garoto, a Rede Globo abandonou o princípio jornalístico da "isenção na abordagem" e optou por ouvir apenas um lado.
Apresentar uma análise equilibrada pouco tempo depois do acontecimento não é tarefa fácil. No entanto, é função do jornalista evitar abordagens superficiais.
A atitude da Rede Globo foi seguida pela maioria dos grandes veículos de comunicação. A revista Veja mostrou uma capa cujo subtítulo questiona: "Não vamos fazer nada?". A pergunta da revista é direcionada para o público da classe média que a cada dia mais se esconde da violência urbana e alimenta a indústria da segurança. Trata-se, portanto de uma indagação retórica cuja resposta pretende alimentar a rebeldia daqueles que pensam ser a próxima vítima.
A resposta à cobertura parcial da mídia no episódio foi vista na última semana. Debates sobre a redução da idade penal alimentam editoriais e discursos no plenário em Brasília. Mais uma vez a mídia brasileira preferiu apresentar culpados e soluções teóricas, deixando de lado um interesse maior em benefício à nação.