19 julho, 2007

A “mão invisível” do livre mercado no controle da aviação brasileira

Em meio à infinidade de notícias geradas em decorrência do acidente da Tam, algumas são relevantes ao senso crítico.

Na Folha Online, uma matéria mostra que setores de companhias aéreas estão receosos com relação ao possível fechamento da pista principal do Aeroporto de Congonhas. “Isso poderá reduzir as receitas e aumentar as despesas dessas companhias”, afirma Expedito Araújo, analista da corretora Alpes.

Penso que o episódio dessa terça-feira revela que as empresas de aviação que operaram em Congonhas determinam as regras de funcionamento do principal aeroporto da América latina, de modo que medidas de segurança são facilmente desrespeitadas se atrapalham a “redução das receitas” das companhias.

Em uma outra matéria publicada na Folha, o jornalista Iuri Dantas informa que houve “pressão das companhias aéreas” para a liberação da pista antes do término da reforma.

Talvez o segredo da causa do acidente não esteja na caixa-preta e nem no projeto da pista, mas sim na “mão invisível” do livre mercado que pilota pelo céu brasileiro.